Seguindo um certo roteiro para o mês das crianças, gostaria de apresentar um livro que, sim, é para os pais! Fernando Savater é basco-espanhol, filósofo, professor e escritor. Nesta obra faz várias reflexões conceituais sobre o que é ética, o bom e o mau, a liberdade e as responsabilidades, o eu e os outros, com diversos recortes da autores da psicanálise.
Ele, de cara, esclarece que Ética para Meu Filho não é um manual de educação. Ninguém o escreve, com generalizações. Pois somos únicos em nossas construções psíquicas e valorativas mas, estas se ocorrem certas 'modelações', aparentam-se como um conjunto herdado de culturas próximas, de afeto, carregadas de narrativas de heroísmos ou desprezos por si e/ou pelos outros - soa 'familiar como família'?!
Somos uma página em branco, papel absorvente, ou seletivamente autônomos nas razões que nos movem? Espiamos o mundo recolhidos ao nosso eu central ou da ponta dos pelos do coelho, como comparou Jostein Gaarder, em seu Mundo de Sofia, sabendo onde estamos e para onde iremos?
Savater diz, sobre 'ponha-se no lugar do outro' (pg. 96):
"Não estou dizendo que haja algum mal em você ter sues próprios interesses, nem que você sempre deva renunciar a eles para dar prioridade aos de seu vizinho. Os seus interesses, decerto, são tão respeitáveis quanto os dele, e o resto é conversa. Mas atente para a própria palavra "interesse": ela vem do latim inter esse, o que está entre vários, o que coloca vários em relação. Ao falar em "relativizar" seu interesse, quero dizer que esse interesse não é algo exclusivamente seu, como se você vivesse sozinho num mundo de fantasmas, mas é algo que coloca você em contato com outras realidades, tão "de verdade" quanto você mesmo."
Bom, somos desafiados..., a termos filhos, ou não, e nos relacionarmos entre si! Morrendo e aprendendo, ou o pior...
Saudações. Out/2020.
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