Eu também nasci pequeno. E também, do ponto de vista que vocês hoje me veem, entrevi outros 'super-gigantes'. Mas agora, já no meu quartil final, só invejo o desabrochar das minhas próprias raízes!
Também eu, olhando ao lado, comparei-me a meus iguais progredindo, alçando-se por entre sombras e luminosidades. Crescemos juntos, vencendo os ciclos da vida, contemplando, recolhidos, os outonos desfolhantes e o prenuncio das geadas invernais, acolhendo ventos que sopravam música pelas frinchas e contornos, no batuque retumbante de nossos encontros. E primaveras e verões calorosos. E um deles, o verão... lembro de algo confuso, abrasador calor que me consumia em cinzas e carbonizava a vida, lambia e crestava minhas beiras e minhas entranhas!
Sofrimento duro! Pensei perder minha vida. Mas minha vida teimou, como uma "vida Severina", ... brotou!
Admirei ao longe um frondoso Canafístula - cobria o mundo, sombra e vida eram suas posses. Até que vi seus galhos rotos e sua fraqueza surgir, suas raízes fenderem - como o sonhado Estados Unidos?! Acompanhei verdejante Guajuvira, ... hoje só de troncos secos, ocos e vazios, servindo de substrato a outras ervas a lhe sugarem a energia. Morto está - como o falso Éden Russo?!
Então sigo, lançando-me ao espaço, vicejando com meu grupo e brotamentos, vergados mas em pé! Colorido espaço de luz e sombra, sempre mantendo meu verde-amarelo gravado em mim, que é o que conta.
Filogenia da vida, donde os brotos já nascem plantados, pois são das raízes que eles despontam e não de momentâneas e fidalgotes excrescências caducas.
Em analogias a minha e outras vidas! Vida de bambu!
Saudações. Mar/2021.
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