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Foto do escritorMauro Luiz Kaufmann

Um diário do Ano da Peste - Daniel Defoe.

Mais conhecido pelo seu romance "Robinson Crusoe", o londrino D. Defoe põe seu multi-produtivo vigor neste relato sobre a peste bubônica que assolou Londres no ano de 1665. Publicado em 1722, tem um verdadeiro ensino sobre epidemiologia pública quando monta grades de acometimentos por bairros, avanços em áreas circunvizinhas, desconfia de agentes transmissores e tenta-se promover a salvação.


É uma narrativa mesclada de condições, ou sub-condições, de vida em uma grande metrópole, as comiserações cotidianas da fome, falta de trabalho, servidão e desespero. Postos de guarda faziam a vigilância de estradas, rios, caminhos e atalhos pelos campos para evitar que os miseráveis, os condenados, chegassem ao interior intocado e à chance de sobreviver. E a nobreza? Bem, era para lá que ela já tinha sido alertada para fugir com a criadagem!




"... o povo pobre de Londres, estando desesperado, e faminto por falta de trabalho e, assim, falta de pão, teria pego em armas e promovido uma arruaça e logo invadiria todas as outras cidades próximas para saquear alimentos."

O ano da peste estava em muitos portos - italianos, espanhóis, portugueses, turcos e além. Estava a humanidade fazendo como sempre: queimando incensos, corpos, contaminados e descrentes. Como Albert Camus também viu na "sua peste", está nossa "sociedade-crematório" atual enfumaçada em disputas vãs, sem redenção, como uma nau dos insensatos.


Recomendável leitura, quase um clássico. Deleite para muitos. Espelhos para tantos. Saudações. JUN/2020.

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