São livros compostos para apresentar outra obra grandiosa: a verve poética e regional do Payador Jayme Caetano Braun (1924-1999):
"Bochincho A um bochincho - certa feita, Fui chegando - de curioso, Que o vício - é que nem sarnoso, nunca para - nem se ajeita. Baile de gente direita Vi, de pronto, que não era, Na noite de primavera Gaguejava a voz de um tango E eu sou louco por fandango Que nem pinto por quirera!"
Pois são com esses versos cadenciados, de palavreado do gaúcho interiorano e das mesclas espanholas - ou Correntinas (da província Argentina de Corrientes) que o autor fez sua fama. Seu modo de declamar fez a dupla com a sua rima - pausadamente, logrando um 'causo' depois do outro, uma surpresa 'na volta do braço' e outra no destino da 'china', nas saudades de tempos idos e nas vivências urbanas. Leia todo o Bochincho, Mãe Crioula e Petiço Baio e aprecie a Payada do Safenado para entender 'lo que yo les hablo'.
"Mãe Crioula (...) Mãe do pobre peão de estância, Miserável dos galpões, O pária das solidões, Maltrapilho, analfabeto; Mãe que sob humilde teto Pressente o trote do pingo Do filho que vem, domingo, Trazer-lhe um pouco de afeto..."
Um chinchado quebra-costelas! Set/2020.
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