5 de maio — Dia Mundial da Língua Portuguesa
Narrativa em versos dos empreendimentos lusitanos que lançaram os portugueses "de seu rochedo" da coluna esquerda de Hércules. Sim, é com todo o perfil mitológico de fundar uma potência marítima, uma nação imperial e as odes da bravura de um povo que os versos são cantados.
"Canto I As armas e os barões assinalados Que, da Ocidental praia Lusitana, Por mares nunca de antes navegados Passaram ainda além da Taprobana, Em perigos e guerras esforçados, Mais do que prometia a força humana, E entre gente remota edificaram Novo Reino, que tanto sublimaram;"
Em ilhas e praias conquistadas, pelos reinos submetidos e através de um rol sem fim da nobreza portuguesa, navegam personagens da história dos descobrimentos portugueses. Todos desfilam e são mapeados, e aos reis portugueses que se sucedem cabem glórias memoráveis e comparáveis à Eneida, Ilíada e à Odisseia. O livro, Camões oferece ao mítico rei D. Sebastião desaparecido em batalha contra os mouros. Da áurea desse rei-herói viverá também o imaginário coletivo de movimentos no Brasil, como no clássico brasileiro Os Sertões, saga de Antônio Conselheiro e do povo nordestino e na Revolta do Contestado, nos altiplanos catarinenses.
Pois Camões, o autor de Os Lusíadas teve mais experiências que suas narrativas épicas: marinheiro, soldado, preso e desterrado, viajante e náufrago por terras africanas, ilhas indonésias e possessões portuguesas na Índia, China e outras terras mais.
Verdadeira epopeia dos navegantes, onde "navegar é preciso, e viver não é preciso", Camões andou nos limites e sem precisão nenhuma! Morreu da peste, miserável e em cova coletiva de indigentes.
Camões aparece em singela lista de citações no Apêndice / B - A Era Aristocrática, de O Cânone Ocidental, de H. Bloom. JUN/2020. Saudações.
Parabéns, Mauro, pelas interessantes referências sobre Camões. Desconhecia toda essa vida de aventura do autor por vários continentes.