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Foto do escritorMauro Luiz Kaufmann

O Som e a Fúria – William Faulkner.

Há livros ... complexos, clássicos, difíceis, debatidos, enredados, incompreensíveis, enfastiantes e ainda, onde o debate crítico que geram pode superar a obra! O Som e a Fúria impressionou-me por reunir isso tudo e mais...


O americano William Faulkner publicou-o em 1929, época de crise americana, tratando de uma época de crise histórica: a quebradeira sulista dos EUA após a Guerra de Secessão, assim dita para uma guerra civil pelo fim da escravatura; fim das plantations de algodão do Mississípi; racismo visceral contra os negros.



E o livro é um mosaico, ou melhor, um quebra-cabeças no enredo, na escrita. Flutuando por entre períodos de vida dos personagens. Há uma fragmentação calculada, que segundo os epílogos do tradutor Paulo Henriques Britto e de artigo de J-P. Sartre, seguem inspiração na obra de Ulysses, de Joyce. A mim lembrou também à Berlin - Alexanderplatz. E, forçando um pouco a mudança do ambiente sulista para o faroeste americano, o filme atual – The Power of the Dog.


Não obstante minha forçada e neófita comparação, a compreensão da narrativa de Faulkner “acaba no final”! Sim, com algumas notas explicativas da cronologia dos personagens, com os desfechos cronológicos do ‘último dos Jasons Compton’. Ou mesmo, para os mais aficionados e persistentes leitores, com segundas, terceiras ou mais RELEITURAS!


A força de cada um nunca pode ser subestimada!


Como analisou Sartre, a questão tratada não é da cronologia, mas da temporalidade. De uma temporalidade sem futuro.


“A desgraça do homem é ser temporal. ‘O pai disse que o homem é o somatório de suas desgraças. A gente fica achando que um dia as desgraças se cansam, mas aí o tempo é que é a sua desgraça ...’ (p. 108).”

Boas leituras! Então, melhores férias e Novo Ano de 2022. Jan/2022 – primeiro mês do terceiro ano pandêmico.



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