Este é um livro de aventura e romance, introspectivo e audacioso: como apresentar os personagens em meio a florestas caribenhas com desafios existenciais e amorosos, idealismos políticos e revolucionários, pobreza, poder e glória?
G. Greene é um autor inglês, jornalista, viajante e servidor da Inglaterra do início do século XX - período de queda dos impérios, do fim do colonialismo 'de força' e das esperanças nascentes em tantos povos. A sua conversão ao catolicismo é bem sentida nesta narrativa, quando ao 'estilo novelesco', um padre procura fugir de perseguição física e espiritual, corrompe-se e não satisfaz a esperança única de um bom cristão: o merecimento do Paraíso.
E agora, no momento em que escrevo estas breves impressões da leitura, me ocorre que o enredo transcorre em estreita analogia com a Via Crucis, o roteiro das catorze estações para a caminhada de Jesus ao Calvário. Soa, fundamentalmente, e desde a Primeira Estação, o desfecho: Jesus é condenado à morte.
Há muitas mortes acontecendo. Cada hora que passa fere, a última mata. Vulnerant omnes, ultima necat.
É uma boa leitura!
Saudações. Fev/2021.
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