Okonkwo é um líder e forte guerreiro Igbo, que conquistou títulos e honras junto ao seu clã. Desfruta agora de uma autoridade sobre todos de seu compound, tornando sua obi o centro deste reinado: três esposas e filhos, roça de inhame e celeiros cheios, vinho de palma nos potes...
Assim é a vida do povo Igbo (Ibo), que viveu no norte da atual Nigéria, cuja fortaleza eram as participações coletivas dos anciãos e a preservação dos deuses ancestrais. Mas no personagem Okonkwo, o autor Chinua Achebe concebeu uma obra (1958) em que reside o paradoxo dos povos africanos frente à correnteza dos brancos europeus que se aproximava.
A violência esconde a fraqueza. A fraqueza vem do medo da insignificância e do desprezo pela inferioridade. Importa, para vencer o medo, mostrar-se intolerante, forte, ríspido e mesmo incompreensível para sua tribo. Antigo ou atual??
[Fotos de artefatos Igbo-Ukwu, in "África Desconhecida" (Graham Connah), conforme resenha anterior.]
"Seu povo respeitava a idade, mas reverenciava os grandes feitos. Como diziam os mais velhos, se uma criança lavasse as mãos, poderia comer com os reis."
Esta é um obra clássica para compreensão de hábitos ancestrais africanos e do entrechoque psicológico, visto individualmente, ou culturalmente, para coletivos. Arcaicos ou civilizatórios, pergunto-me cá, já sem botões...?!
Boa leitura. Saudações. Mai/2021.
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