Quando vi este título, me veio a lembrança do livro ‘Senhor das Moscas’ (Lord of Flies, W. Golding), pois remetia não só às ‘pequenas coisas’, mas também a ‘pequenos deuses’.
Completada a leitura de mais uma autora, indiana de Delhi – o primeiro livro da arquiteta A. Roy -, a impressão se sustenta, mas com um caráter mais ‘juvenil’. Os personagens vivem em uma espécie de labirinto de tramas e relações, sem que se distingam os desfechos pelas ações, pelo ambiente, pela cultura,... ou por tudo e todos?!
“Ammu disse que Pappachi era um CCP britânico incurável, que era uma espécie de chhi-chhi poach, que em hindi significa lambe-cu. Chacko disse que a palavra correta para gente como Pappachi era anglófilo.”
Pois neste romance, e trama policial, que entrechoca culturas, internamente as castas indianas e externamente os sempiternos conquistadores, as tragédias de uma família ‘possuidora’ – da fábrica de picles, do domínio da língua inglesa, do dinheiro – com os ‘outros’, também leva ao polimento gradual e fatídico das arestas dos indivíduos - pelo amor, pela morte, pela obediência e pelo mando. No seu final...
“Não havia nada de acidental no que ocorreu naquela manhã. Nada incidental. Não era um assalto circunstancial, nem um acerto de contas pessoal, Era uma era imprimindo a si mesma naqueles que viviam nela. A História ao vivo.”
Pois com mais uma leitura formidável, eclética e universal, podemos conhecer o mundo. Muito recomendável!
Saudações, abril 2024.
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