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Foto do escritorMauro Luiz Kaufmann

Morte e Vida Severina - João Cabral de Melo Neto.

Esta é uma leitura obrigatória e clássica, remetendo a uma espécie de odisseia à brasileira - a dos retirantes empobrecidos nas secas nordestinas.


Imagem: Arquivo pessoal.


É uma prosa em versos, poemas e rimas, que na sonoridade cadenciada, religiosa e cheia de fé, caracteriza os grandes poetas e os versadores populares das rua no nordeste brasileiro. Tão líquidos e fluidos como água de coco, tão pungentes como os abacaxis mal-madurados na inclemência do sol, tão musicais e líricos quantos seus carnavais e São 'Joões'!



João Cabral de Melo Neto fez esta composição como 'auto natalino' (1954-55), onde o pequeno recém-nascido, chegado à uma vida severina, na desembocadura do Capiberibe pernambucano, é entronizado no esperançamento da vizinhança, dos pescadores e das ciganas - alcançam presentes e salvam Severino, mestre carpina:


"E não há melhor resposta que o espetáculo da vida: vê-la desfiar seu fio, que também se chama vida, ver a fábrica que ela mesma, teimosamente, se fabrica, vê-la brotar como há pouco em nova vida explodida; mesmo quando é assim pequena a explosão, como a ocorrida; mesmo quando é uma explosão como a de há pouco, franzina; mesmo quando é a explosão de uma vida severina."

Minha humilde homenagem ao povo nordestino brasileiro!


Saudações. Jul/2020.


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