As 'Lições' desta obra foram traduzidas a partir do alemão (lançado em 1993) por um grupo de pós-graduandos do Doutorado em Filosofia da UFRGS. Como me inspirou, servem bem as reflexões de Ernst Tugendhat, para um roteiro acadêmico de aprendizado sobre muitos autores clássicos.
Como minha leitura já está nas dobras da memória - ou seria do esquecimento?!, vou apresentar um rol de estímulos: autores debatidos passam por Kant, Marx, Adam Smith, Aristóteles, Habermas e outros; temas como a moral obrigatória e seu juízo, o bom e o mau, a ética da compaixão - que me lembrou J. Godbout, em seu 'O Espírito da Dádiva' - e, claro, a contemporânea ética do discurso, ou das narrativas, que tem sido atualmente tão divergentes!
Para a temática do discurso, arrisco-me, a partir de uma modesta aproximação com Habermas em minha dissertação, a ver na breve lição de Tungendhat neste livro, que a análise e crítica que faz à Habermas possa ser pertinente: as regras do discurso e do diálogo (sujeito-objeto, tipos perlocucionário, interlocucionário, etc) como condições para a racionalidade dos argumentos e, daí, a atingir a verdade (Ver Teorias da Verdade), podem limitar a 'condição da verdade' e do 'agir comunicativo'.
Assim, arrisco: Pode a ética do discurso ser verdadeira? E a verdade pode ser flexível para diferentes sujeitos? Então, me convenço que a ética do discurso pode ser ética se pública e transparentemente argumentada, com choques de argumentos entre sujeitos - se o MEU EU SE PROJETA EM RELAÇÃO A OUTROS, ENTÃO DEVO RECONHECER OUTRAS PROJEÇÕES DE OUTROS EUs EM RELAÇÃO A MIM, NÃO APENAS OUTROS EM RELAÇÃO AO MEU EU. Sim, não, talvez?!
Saudações. Dez/2020.