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Foto do escritorMauro Luiz Kaufmann

Istambul. Memória e Cidade – Orhan Pamuk

Colonos dóricos disputaram a estratégica localização litorânea do promontório do mar de Mármara, no estreio do Bósforo. O mitológico rei Bizas promoveu o agrupamento, nomeando assim a cidade ancestral de Bizâncio. Sua toponímia evoluiria até a Istambul atual (aliteração do grego para o árabe de ‘cidade’), herdeira da imperial romana Constantinopla, crédito ao Imperado Constantino, que desde 330 até 1453 permaneceu como a gloriosa sede do Império Romano, já dividido.

É um andar além dos nossos tempos! Também com sete colinas, povos vitoriosos e suas derrocadas, que se sucederam para a Istambul atual vir a ser a capital da Turquia, após o último debacle, do Império Otomano.

Sob este prisma ancestral, multiétnico e heróico é que o premiado autor Orhan Pamuk relata sua vida e cotidiano. A queda dos Paxás e seus haréns, o poderio e as alianças desta cidade que liga ocidente ao oriente, das pessoas e sua ligação com o mar, e daquilo que ele identifica como a característica existencial dos seus habitantes: o hüzün.

“Podemos chamar de melancolia esse estado confuso e nebuloso.... hüzün, que denota uma melancolia antes compartilhada do que particular. Sem oferecer clareza, e em vez disso, velando a realidade...”

Por entre a névoa e o brilho das descrições e reminiscências, imagens e fotografias, o autor, premiado com Nobel de Literatura em 2006, nos tornamos cúmplices e sensibilizados pelas correntes do Bósforo. Instalada no Chifre do Ouro, sem saber se o balanço do mar e das flâmulas a faz derivar para Ocidente ou Oriente, seguem os povos ao sabor de novas aventuras.




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