Este é um pequeno-grande livro: Dersu Uzala é um caçador, origem chinesa ou coreana? - gold!, respondeu. Morador das montanhas dos confins da Ásia. É o guia que surge na nevasca para um grupo de militares e auxiliares na exploração de trilhas do território russo inexplorado, no princípio do século XX.
Verdadeiro colírio aventureiro ao melhor estilo infanto-juvenil-adulto-velhice! A admiração que o autor deste livro-diário, Vladimir Arseniev, capitão-agrimensor, retém para com seu guia e amigo só pode ser aquilatado na dimensão máxima àquele quem muitas vezes lhe salvou a vida.
E que lições de vida, para quais, integração à natureza não são palavras vazias: 'homens' tem significado igual a todos os viventes, os ventos e os piados dos pássaros são traduções para regalar-se ou buscar abrigo imediato; os alimentos, o fogo e as águas identificam para os andarilhos das montanhas a pura expressão do respeito e ode ao Gênesis - ... do pó ao pó.
"Por que é que você joga a carne ao fogo? - perguntou-me Dersu num tom zangado. Como pede queimar carne sem motivo? Nós partimos amanhã, mas outros homens vão chegar e vão querer comer. E carne queimada não serve para nada. - Quem virá por aqui? - perguntei-lhe. - Ora! - exclamou espantado. - Virá um rato, um texugo ou uma gralha; senão tiver gralhas, um camundongo ou até uma formiga. A taiga está cheia de homens."
Já repeti esta leitura mais de uma vez. Um clássico! Saudações. Out/2020.
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