Se você considera, como eu, as civilizações asiáticas de uma temporalidade antiga, então imagine o quanto está no horizonte a longevidade da Mitologia Chinesa, relatada neste livro da escritora e tradutora Carmen Seganfredo!
Os recursos mitológicos foram, em todos os povos, construções orais refeitas de geração-a-geração, até que finalmente se instrumentalizavam em desenhos e escritas, o que pode ter acontecido por volta do século XII antes da nossa era para os chineses. Portanto, cerca de seis séculos antes dos registros mitológicos gregos.
Há muitas convergências sobre os mitos da criação do universo (Cosmogonia), do surgimento dos deuses (Teogonia) e também dos homens, surgidas de povos independentes e distantes: Os eventos cataclísmicos da natureza (enchente, erupções) e a crença dos deuses estarem ligados a ela, natureza; a inconstância e poderes supremos sobre a natureza e humanidade, com quem estabelecem vínculos e procriações; a dualidade entre superior-inferior, escuridão-luz, virtudes-maldades, fogo-água etc.
A autora registra que na mitologia chinesa os deuses são mais atempados (menos intempestivos), mais ouvintes e disciplinados do que os deuses de outros povos. Arriscamos dizer, mais Taoismo como força doutrinária.
- Luta de Deus-pai (fogo) e o Deus-filho (água):
"Num repente, o chão sumiu sob os pés dos dois guerreiros e eles sentiram um movimento brusco na luz e no ar, despencando abismo abaixo. (...) Mal atravessaram os espaços trevosos, engalfinharam-se outra vez, mas Gong Gong já havia esgotado suas forças e entregou os pontos. O Augustíssimo Venerável Zhu Rong saiu vitorioso, conforme já esperado."
Saudações. Set/2021.
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