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Foto do escritorMauro Luiz Kaufmann

As cabeças trocadas - Thomas Mann.

Uma lenda indiana de amor incondicional - ou seria egoísmo em outro tom? - e de uma amizade eterna, onde homens diferentes são respeitosos e estimados pelas condições que os separam. Enfim, são "As cabeças trocadas" que, separadas dos corpos, ou os corpos que separados das cabeças quem governam as condições de suas existências?! Como na página 79:


"Agora, porém, prestai atenção: o fato de que os jovens se preocuparem com a questão de ser bonita ou não a carinha da moça espiada no banho, esse fato demonstra o quanto depende o corpo, com relação a seu significado e valor Maya, da cabeça à qual pertence. Com muita razão declarara Kamadamana, o subjugador dos desejos, que à cabeça cabia a supremacia entre os membros (...)."


Esta obra foi escrita por Thomas Mann em sete meses, espaço e atividade ao qual o autor dedicava-se a um repouso e recuperação de obras mais extensas, segundo os comentários de Cláudia Dornbush, no final deste livro. E para T. Mann, mesmo a escrita divertida e reconstruída a partir de leituras de terceiros, afinal, exigiu um esforço! Os escritores respeitados também trabalham enquanto se divertem!!


Das mágicas figuras que povoam as crenças indianas, da incrível tolerância com os animais, dos fantásticos deuses e ambientes, me permito a cavaquear (!) sobre o enredo deste livro: o hedonismo permeia o sentido da vida humana. Se não apenas dissimuladamente, está mesmo no centro.

Lembrou-me esta leitura das obras "Kalki" e "Messias", de Gore Vidal. Pois bem, cavaquearemos também sobre elas...


Saudações. Dez/2020.


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