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Foto do escritorMauro Luiz Kaufmann

Argonáuticas. Apolônio de Rodes – Trad. e análise: Fernando Rodrigues Júnior.





Argonáuticas é uma composição poética grega, da vertente das epopeias ancestrais e antológicas, de caráter oral; estima-se que a aventura histórica grega tenha surgido por volta do século VIII a.C., antes mesmo das heroicas e também mitológicas Ilíada e Odisseia, que citam as Argonáuticas; sua apresentação escrita está datada para o entorno do século III a.C. e, é destas composições agrupadas que tem-se a obra agora citada.


Apolônio de Rodes, o autor grego, foi tutor de faraós Ptolomáicos, dinastia do general macedônio Ptolomeu, que governou o Egito pós Alexandre, o Grande. E a organização de seus textos, nesta edição bilíngue grega-portuguesa, sua tradução e análise estão exposta pelo professor da USP Fernando Rodrigues Júnior, especializado em cultura Helenística.


-- E de que trata Argonáuticas? De uma viagem heróica do barco Argos, saindo de Iolco, norte da Grécia, para a Cólquida, atual Geórgia, para o resgate do Velocino de Ouro. Este é a pele do carneiro sagrado que, por peripécias ‘divinas’, precisaria retornar aos gregos, restaurando a paz com Zeus, sua Divindade suprema. Embarcam heróis guerreiros, liderados por Jasão – que cumpre uma missão demanda pelo rei, que teme pelo seu trono. Héracles, filho de Zeus e temido por sua força ‘hercúlea’, invencível, acompanha o séquito de nautas, marinheiros.


“Após deixar para trás a Dardânia, avançaram por Ábido e depois costearam Percote, a praia arenosa de Abarnide e a sagrada Pítia. E durante a noite, enquanto a nau seguia, atravessaram o Helesponto, agitado por redemoinhos de ponta a ponta.”


A gigantesca viagem foi sofrida em desafios e perdas, foi honrosa na conquista, guiada pelos deuses e romanceada pela entrega e rapto da princesa-feiticeira-sacerdotisa Medeia! E surgem assim duas características de destaque desta narrativa: o perfil de Jasão para negociação, traições e artimanhas (technai) e o papel essencial de Medeia, que por feitiços e encantamentos, oferece e dirige a execução de atos (scientia) para a vitória dos viajantes e cumprimento das promessas. Diz ela à Jasão:




“Esônida, qual é esse plano que tramaste a meu respeito? Os triunfos te lançaram em completo esquecimento e não te ocupas com as coisas que me dizias quando tinha necessidade? Para onde foram os juramentos por Zeus Suplicante, para onde foram as doces promessas?”

Lendo em grego ou português, é um clássico para entender rumos da humanidade, vogando na história!


Saudações. Novembro 2023.






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