Ganhei o livro de presente de meu amigo Manolo em 2014. Que satisfação - dizem que livro não é presente, mas homenagem! Demorei um pouco para ler, mas toda leitura sobre música recupera um pouco mais de minha pobreza e desatenção musical, mas nem tão medíocre quanto o "bailar", como me disse um professor!! Mas o livro é de um jovem jornalista que brilha junto com o autografado. Ou 'saudosa maloca, maloca querida ...' não é lembrança querida por todos? Ou 'você mora em Jaçanã...' - João Rubinato, nosso Adoniran, confessa que nem sabe onde fica Jaçanã!
Troça de um trocista ou verdade verdadeira?! Escute Jaçanã, pelos Demônios da Garoa ...
O filho de imigrantes italianos adotou nome artístico para homenagear amigos, namorou mulheres de amigos, visitou amigos no memorável Samba do Arnesto:
"O Arnesto nus convidô, pru samba, ele mora no Bráz nóiz fumo e num incontremos ninguém nóiz vortemos cuma baita de uma réiva da outra vez nóiz num vai mais nóiz num semos tatu..."
O livro ilustra - fotos de peladas, encontros com Elis, Rita Lee - o grandioso período do rádio no Brasil, disputa entre emissoras e blocos carnavalescos, do futebol como esporte nacional, do nascedouro da televisão e do cinema, das parcerias musicais e suas andaduras. E o versátil Adoniran participa de tudo. Sim, se você gosta de samba e livros, vai adorar este. E se você não gostar... talvez bom sujeito não é?! Risos... Mas fica registrada a linguagem acaboclada desse paulista bem autografado, de sua identificação pelas ruas e botequins paulistanos, cujas avenidas perfumam-se de Iracemas. Amores inspiradores da arte. E dos corações partidos, como Adoniran notificou a donzela, que atravessou na contramão: "Eu disse que ia te matar. E matei!"
"Iracema, eu nunca mais eu te vi Iracema meu grande amor foi embora Chorei, eu chorei de dor porque Iracema meu grande amor foi você."
Saudações. JUN/2020.
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