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Foto do escritorMauro Luiz Kaufmann

A Queda do Céu. Palavras de um Xamã Yanomami – Davi Kopenawa e Bruce Albert.


Uma terra que ninguém sabe onde fica, com gente que branco nunca viu, feito de misturas de árvores e animais e que... tem um Céu! – Estamos falando daquele lugar que aparece na TV, páginas criminosas de morticínio e ‘devoradores de terra’; pois sim, se o filme Avatar teve inspiração... talvez tenha sido do Céu amazônico.



Desse encontro, e confronto, étnico, os dois personagens coautores da “Queda do Céu” fazem uma trajetória comum e civilizatória. Davi Kopenawa é um índio amazônico da etnia Yanomami, vivendo nas franjas do Brasil com a Venezuela. Bruce Albert é um antropólogo francês que desde 1975 vive e convive em estudos e projetos com os povos nativos da Amazônia, resultando, também, neste livro.




De uma misto etnográfico e sociológico, mas de sobremaneira especial enraizado na teogonia amazônica de mundo e povos, das práticas guerreiras e xamânicas, a obra apresenta uma perspectiva única dos povos nativos do Brasil, com línguas e ‘nações’ que giram em torno de 400 mil a 500 mil pessoas.


“No começo, Omama e seu irmão Yoasi vieram à existência sozinhos. Não tiveram pai nem mãe. Antes deles, no primeiro tempo, havia apenas a gente que chamamos yarori. Esses ancestrais eram humanos com nomes de animais e não paravam de se transformar.”

“Conhecer bem os espíritos nos exige tanto tempo quanto aos brancos é necessário para aprender em seus livros. Cada vez que bebemos o pó de yãkoama, os xapiri descem de suas casas fincadas no peito do céu.”

“Foi assim. No início, o céu ainda era novo e frágil. A floresta era recém-chegada à existência e tudo nela retornava facilmente ao caos. ... E quando o centro do céu finalmente despencou, vários deles foram arremessados para o mundo subterrâneo. Lá se tornaram os aôpatari, ancestrais vorazes de dentes afiados... A gente do primeiro tempo não era tão sabida. Mas se esforçaram muito tentando impedir a queda do primeiro céu.”

Portanto, se você também tem uma sombra que o instiga, identificando-se em que ‘O que sabemos é uma gota, o que ignoramos é um oceano’, sopre com suas leituras um pouco da neblina que ofusca a mente!

Somos todos povos humanos! Contudo, é lamentável, mas... hoje ELES só têm o dia 19 de abril!



Saudações. Abril 2023.




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