O consagrado professor e escritor gaúcho Assis Brasil apresenta um romance de época: no final do Império Brasileiro, a corte vivia com hábitos ‘mofados’ das heranças portuguesas, com venda de títulos nobiliárquicos, onde os protocolos e os registros se perdiam em gavetas e os tempos eram idos!
Pois uma petição de baronato vindo do sul do país continental cobrava a promessa feita, em pessoa, pelo Imperador D. Pedro II: Francisco da Silva pedia seu quinhão de realeza. E rastreando o solicitante desaparecido dos registros, lá se vai o Cronista da Casa Imperial em viagem aos pampas em busca do pretenso Barão da Serra Grande.
Daí as reminiscências de anterior visita, das estâncias e fazendas, do tempo e das ravinas rasas e campos extensos, do poncho e das mateadas... Não chega a ser um ‘Os Sertões’, mas vislumbram-se as coxilhas e as canhadas, o desconforto com as ventanias minuanas e com a frialdade das casas rústicas - dos 'bem-afortunados' - e dos (dis)paradeiros dos diversos Chicos da Silva.
“Num assombro, viu-se a si mesmo. Ele aparecia atrás da Imperatriz. Vestia também um poncho, e nada indicava que estivesse desconfortável. Era apenas ele, ocupando um lugar, olhando o infinito.”
E nos xistes de uma charla com um russo (!), que campereava por ouro:
“Renunciar é o ato mais livre do homem, e só descobrimos isso na metade da vida.”
Boa leitura! Rápida, envolvente e leve.
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