A dupla literária Bioy Casares e Jorge Luis Borges, apresentador desta obra, são como cânones da literatura argentina e americana. Kanón, do grego, significa uma vara padrão para realizar medidas. Isto é, um protótipo de referência a ser seguido, orientador e baliza para medir iguais ou diferentes.
Não sou ninguém para passar uma régua entre os clássicos ou aos neófitos. Também não consegui entender como Morel inventou para si um mundo, solitário em uma ilha inóspita. Talvez por ser mesmo da altura dos imortais esta obra? Por ser do tema ‘sagrado’ e fantástico para ambos os escritores argentinos – biógrafo e biografado, autor e apresentador?!
O final me soa como um filme ou apenas a descoberta do imaginário, do criativo que é o ser humano, da necessidade esperançosa do outro – como a Morel ansiando por Justine – e do implacável e inescapável futuro de cada um: da morte, da alma que sobra ou do nadir escaldante?!
Há um primor no roteiro e nas palavras, parecendo mesmo como um debate acadêmico científico, quando o peso dos argumentos e a circunspecção das ideias são lavradas a fogo pelos contrários.
Enfim, confesso: li mas pouco entendi ... Aguardo impressões contrárias!
Saudações. Outubro 2023.
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