Ano de 1644. A dinastia Ming estava deposta e os revoltosos camponeses seguiam sem rumo. Os manchus, etnia minoritária mas ambiciosa, consegue a supremacia sobre os Han, impondo sob a força novos governantes: a dinastia Qing, Grande Qing – Grande Pureza.
Ano de 1835. Nascia em Beijing a futura Imperatriz Cixi, ou Tzu Hsi, que foi recrutada aos 16 anos para ser uma das concubinas reais – de família de altos funcionários públicos e educação primorosa. Teve filho homem com o Imperador Xiangfeng, selando assim os privilégios de mãe do herdeiro do trono. E suas peripécias...
A autora Jung Chang, já celebrada por outras obras históricas sobre o Império do Meio – China, remonta, para nosso deslumbramento, as minúcias do poder e da cultura do povo chines. Baseia-se na trabalhosa revisão de documentos históricos liberados na abertura pós Mao. O detalhismo dos palácios, jardins e parques que deslumbraram os europeus, no contra-choque corrente dos inúmeros preconceitos estabelecidos de parte-a-parte (oriente vs ocidente): culturais, alimentares, de saúde-e-doença, de violência.Grande obra!
Entre os anos de 1861 a 1908, com poder de vida ou morte, a Imperatriz Cixi mexeu os ‘pauzinhos’ junto aos tutores do filho de 5 anos, exerceu o poder de fato e mando pessoalmente e, por fim, bancou novos imperadores adotivos.
Viveu nesse período invasões e desafios, mas na claudicação e, mesmo sob o risco de cisão do Império Chinês durante a invasão japonesa, permaneceu como núcleo unificador e identitário. Incorporou modernidades e demandou novas relações internacionais, militares e estruturais (sistema monetário, imprensa nacional, sanitarismo, projeto educacional e outros) que a tornaram conhecida pelo ‘eufemismo hiperbólico’ de Imperatriz de Ferro! E, excepcional para qualquer época, nas palavras de Pearl Buck, “... o povo a adorava.”
Saudações!
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