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Foto do escritorMauro Luiz Kaufmann

A Grande Gripe - John M. Barry.

Excelente livro do norte-americano John Barry, que em 2004 publicou esta revisão dos fatos que precederam, sucederam e atemorizaram o mundo da Gripe de 2018-2019. Carimbada como "espanhola" - talvez pela liberdade de imprensa e ampla divulgação que a gripe foi noticiada na Espanha, país neutro da Primeira Grande Guerra, portanto, sem censura - está ligada a um vírus influenza (H1N1) com casos iniciais a partir do Kansas (EUA).



O longo trajeto da disseminação da pandemia pode ser mapeado pelos contingentes de soldados mobilizados para o confronto europeu, que se tornou generalizado. Populações aglomeradas, mal instaladas para as condições do clima, trincheiras e logísticas de saúde em geral, militar e civil, foram o caldo no qual fermentou a mortandade - levada adiante 'acima de tudo e de todos'.



"Parte VI - A Pestilência Cap. vinte - Era uma gripe, apenas uma gripe. (..) A doença começou com uma prostração total e frio, febre, dor de cabeça, conjuntivite , dor nas costas e membros, rosto afogueado. Em muitos casos, a tosse era constante."
"Capps escreveu o artigo para o JAMA, no qual relatou ter considerado o uso das máscaras tão bem sucedido que, menos de três semanas após o início do experimento, abandonara os testes e começara a usá-las como 'medida de praxe'."

A descrição dos horrores de corpos abandonados, valas comuns em cemitérios, descasos e negligências, obscurantismo, fadiga extrema de pesquisadores e profissionais da saúde, sortilégios, relapsidão, promessas milagrosas, negacionismo, sequestros e servidão de pessoas para os cuidados, etc, não serão novidades para o leitor nos idos de 2020. E a censura dos dados, manipulações políticas não serão estranhas - "A primeira vítima de uma guerra é a verdade" (Senador Hiram Johnson, 1917).



Mas há uma diferença factual para compararmos o ontem com o hoje: a ciência segue ativa, os sistemas de saúde buscam criatividade para suportar o insuportável e o aparato tecnológico que sustenta respiração artificial, atualmente, dizem um pouco do quanto o ser humano ainda pode promover a vida!


A humildade, contudo, representará no futuro breve, a qualidade possível para a sobrevivência do planeta e nós mesmos. Atormentados pela morte e finitude, não podemos cair no escapismo de entronizar a ciência como uma nova ideologia - minha modesta impressão, com subsídio de leituras Habermasianas...


Saudações. Dez/2020 do NOVO ANO DA PESTE.


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1 Comment


geane_vendruscolo
Dec 12, 2020

Vou ler certo, qualquer semelhança é mera coincidência?

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