O livro é um romance narrado pelo apaixonado Armand, que vindo da província, descobre em Paris o enlevo do amor, o estilismo dos galanteios e as sediciosas disputas entre os poderosos. Seu relato começa após a morte de sua amada (ex?), no leilão dos bens que restam da encantadora de homens, Marguerite Gautier - a dama das camélias.
"Durante vinte e cinco dias do mês, as camélias eram brancas, e durante cinco dias, eram vermelhas. Nunca se soube a razão dessa variedade de cores, que eu assinalo sem poder explicar e que chamou a atenção dos frequentadores do teatro de sua predileção e dos seus amigos tanto quanto a minha. Nunca se viu Marguerite com outras flores que não camélias. De forma que na loja da Madame Barjon, sua florista, terminou-se por chamá-la a Dama das Camélias, e este apelido ficou."
É nesse reencontro de lembranças que sopram as cinzas, que remetem ao apelo do seu pai sobre suas relações e futuro... "Sabe o que esta mulher costumava ser? - Uma moça da vida." Assim, Alexandre Dumas Filho, reconhece sua biografia e amor com Madame Duplissies, cortesão que também deixou-o prostrado na angústia de sua morte.
Dumas Filho, claro, filho (renegado) de Dumas pai - autor célebre dos clássicos Três Mosqueteiros, O Conde de Monte Cristo e outros - consegue sucesso e renome, estabilidade financeira e o reconhecimento acadêmico que seu pai não alcançou.Suas crônicas e peças teatrais inspiraram gerações futuras, incluindo homens que "chegaram a se arruinar por aquela mulher" (na pg. 197), isto é, homens em ruínas por todas as mulheres ou "pela mulher de sua vida".
JUN/2020. Saudações.
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